Amo-te by São Reis


Nunca a minha pele reconheceu tão bem a tua
e nunca a tua textura foi tão suave como agora
Agora em que te toco com a infinidade dos dias
a ternura e o apelo do precipício
agora que sou do próprio fim o início.

Agora somente agora
é que dou conta que sou o avesso
da tua carne
o contraponto do teu verso
e a sílaba esdrúxula acentuada
daquela palavra sem acentos nem desvios
em que ternamente te sussurro

Amo-te!
com o desespero das almas nuas.

 - São Reis -


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