Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o seu riso.
A minha luta é dura e regresso
sobe ao séu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
A beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma...
Ria da noite
do dia, da lua,
ria das ruas
tortas da ilha,
ria deste grosseiro
rapaz que te ama.
Mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
- Fernando Pessoa -
tira-me o ar, mas não
me tires o seu riso.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
as vezes por ver
que a letra não muda,
mas ao entrar teu risosobe ao séu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
A beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma...
Ria da noite
do dia, da lua,
ria das ruas
tortas da ilha,
ria deste grosseiro
rapaz que te ama.
Mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
- Fernando Pessoa -
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