E
eu, que não sei muito de ti, das tuas lutas diárias, dos teus desejos mais
íntimos. Eu, que não ganho o teu beijo de boa noite, nem divido contigo o pão
de cada dia. Eu, que não sei com que cara acordas, todos os dias, que não te
faço cafuné, carinho, nem comida. Eu, que não ouço teus passos pela casa, nem
tua voz chamando o meu nome. Eu, que não tenho uma canção só nossa, que não
posso contar contigo nas horas mais impróprias. Eu, que não sei do calor do teu
corpo, do cheiro da tua nuca depois do banho, nem do sabor da tua língua num
beijo molhado. Eu, que não tenho os teus olhos voltados para mim, que não sinto
o teu abraço, nem a intensidade do teu desejo. Eu, que não sei fingir
sentimentos, acabo mesmo fingindo que não estou nem aí.
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Tríccia Araújo -
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