Eu
não fabrico poesia.
As
palavras gritam sentidos em mim,
sentires,
e sinto cada uma delas,
como
quem sente um abraço, um beijo
e
o coração saltando forte pelo peito afora.
Eu
não fabrico versos.
Eu
os sinto primeiro.
Palavras
não são só palavras
e,
só por isso, eu tenho os meus hiatos.
Necessários
silêncios que explico assim:
estou
convivendo com os meus poemas
antes
de entregá-los ao mundo.
É
preciso viver e conviver com seus poemas,
antes
de dar vida a eles.
É
preciso misturá-los aos seus anjos e demônios,
beijar
sua boca e beber dos seus medos e encantos.
É
preciso haver uma existência sentida
entre
você e o seu poema...
Inspiração?
Não
sofro disso, não.
Tudo
me inspira,
mas
nada, enfim,
me
inspira.
Poesia
é mais transpiração
e
ela só vale quando o coração está quieto,
ouvindo
o sossego da alma.
Poesia
não existe no meio do barulho.
Poesia
não nasce em meio ao burburinho dos dias,
da
agitação das horas...
(poesia
não gosta de lugar-comum).
Poesia
não nasce! Floresce.
E
se não floresço poesia, todos os dias,
é
porque não é tempo, ainda, de colher versos.
É
preciso perfumar o mundo... eu sei.
Mas
o meu jardim secreto não entende de estações.
- Tríccia Araújo-
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