Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque os dias me açoitam
E
as noites me agitam.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque lá fora o mundo se atropela
E
agente anda aturdida.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque em Agosto choveu
E
o mar estremeceu.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque os olhos do vento
Se
esbugalharam contra os meus.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque o gaio deixou de cantar
E
a seara não deu trigo maduro.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque ser amigo demora
E
as palavras deixaram de ser sentidas.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque desacreditaram os poetas
E
esqueceram as laranjas da madrugada.
Não
pensem que vou desistir da vida,
Só
porque uma árvore morreu queimada
E
a rosa murchou no umbral da tua casa.
Não
pensem que vou desistir da vida.
Não
pensem que vou desistir da vida.
Sobra-me
o espanto e tanto atrevimento.
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Maria José Areal -
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