Para quê acordar, desta plenitude no sangue,
Se a eternidade são dois corações batendo
Numa alegria tão grande que no peito arde.
Rio, mar, afluente, fonte, tudo são águas.
A crescer na boca, quando os lábios outros beijam.
Quando a pele úmida retém a luminosidade
Do olhar, pelo mapear dos dedos nos caminhos
Do desejo, exaltando o murmúrio, como um cego
Exalta o tacto na seda insuspeitada.
Como se pode acordar deste labor de corpos
Tornados grito, que em chamas se consomem,
Formando uma cinza tão pura e inocente
Que numa mortalha doce se transformam.
Ó noite, ó dia, tão próximos estávamos de ser estrelas
Se, a doce brisa não acordasse insubmisso sangue.
- Joaquim Monteiro -
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