Não me despeço do amor...
Apenas canto-lhe uma pequena canção de ninar,
para que adormeça em meu coração,
e acorde mais tarde, quem sabe,
disposta a andar de mãos dadas,
em contemplação aos botões do roseiral,
que brotaram enquanto velei-te o sono...
Não me importo mais com tal partida...
Apenas principio a chegada do teu perfume,
em pensamentos sutis, de desvarios amorosos,
em ativar em dentro do peito,
o aconchego do aperto dos corpos inertes do foco,
na ignorância do querer afastar-te do amar...
Não suspiro mais a sua visão...
Somente inspiro atônito, o rejeitar incômodo,
de nunca mais ouvir o cantar da Perdiz,
estampado no abrir de minha janela ao alvorecer,
confundindo um tal bem-querer,
em malmequer de margarida qualquer...
Ah, enfim... Não preciso de comportamento
assim...
Como quem em cisma de poeta,
assenta o suportar de figura incerta, de amar
amarrar
e segurar o voar sem a mínima sensibilidade do
saber bater de asas, em permanecer num planar
singular, de pássaro que retorna em sempre...
Sem gaiolas de amor a necessitar estar...
Até breve, sonho meu...
Até logo Bem-te-vi...
Cante em voz alta este levante de liberdade,
e me espere no caminho, que estarei a lhe
avistar...
Sonho de
rei... Que em sonho direi...
- Beto
Ribeiro -
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