Passado by Haydee Cerantola



Os fantasmas do meu passado
Dormem nas prateleiras
Descem às vezes, dão-me as mãos.
E caminham ao meu lado.

Uns me fazem sorrir
Outros me fazem chorar
Alternam se entre si
Num eterno ir e vir.

Uns eu quero esquecer
Outros insistem em ficar
Os fantasmas do meu passado
Chegam às vezes sem esperar

As vezes em forma de névoa
Quase a se esvaecer
Dizem que mais do que nunca
Fazem parte do meu ser

Os fantasmas do meu passado
Quero nega-los às vezes
Mas estão ali tão vivos
Chego a pensar que não são passados
Fazem parte do presente
                            
(Haydee Cerantola) 
                              Serra-E/S Ano 1983

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