Deixa que no silêncio da noite...o
meu corpo seja um regaço de pétalas...que o meu olhar te fale de amor...deixa
que a minha solidão descanse no teu peito...que as minhas palavras sejam a
melodia que te embala...que os meus dedos se façam alvorada no teu corpo...e a
minha tristeza seja um poema por nascer.
Deixa-me adormecer na margem do sonho...Na
imensidão do tempo...inventar-me e inventar-te dentro de mim...deixa que acorde
a noite...que te tenha sem te ter...que te ame sem te pertencer...que esqueça o
frio do meu corpo no teu e as tuas mãos percorram a minha ausência...que o
infinito seja o cais onde me esperas...a eternidade o lugar onde me
deito...vazia de mim.
Deixa-me ser a brisa suave e serena a
tocar os teus cabelos...um murmúrio de ilusão...eterna e fugaz rosa negra a
tocar o teu rosto...deixa que a lonjura dos meus braços seja o teu eterno
abraço...a tua madrugada serena...a tua noite sonhada...a minha ilusão perdida.
Deixa-me ser uma gaivota voando na
solidão do entardecer...no limite do tempo...na ilusão da carne...deixa que a
minha alma se desprenda de mim e desenhe o teu nome nos muros que me
cercam...nas gotas de chuva...no murmúrio do vento...nas pétalas que me
afagaram o olhar...no silêncio do meu corpo frio.
Deixa-me dizer-te do amor...da
renúncia...dos anseios que se diluem no tempo...dos desejos por cumprir...dos
devaneios dos meus sonhos...das lágrimas caídas do meu corpo...das palavras
escritas a sangue e cal...esculpidas por dentro do silêncio que escorre das
minhas mãos vazias.
Deixa-me dizer-te da ausência...dos
gritos suspensos no meu olhar...da ternura que ficou presa nos gestos que
pairam na solidão do meu corpo...nas cinzas da memória que trespassam a
noite...das sombras...do silêncio das rosas...do azul por pintar...do mar por
navegar...do deserto labiríntico por dentro de mim.
Deixa-me dizer-te da solidão das
gaiolas...da sepultura do tempo...do rio amargurado que corre nas minhas
veias...das noites sussurrando desejos...das bocas nascentes de amor...do rio a
escorrer dos meus desejos inventados...do grito de amor preso na penumbra do
meu corpo...deixa-me falar-te do vento suave que me acariciou...da inquietação
das marés...dos sonhos derramados por dentro da noite vazia...deixa-me em cada
anoitecer...em cada amanhecer...esquecer o passado e inventar o futuro abraçada
nas asas do sonho...no silêncio do vento.
Deixa-me dizer-te...que as rosas que
me adornaram estão negras...e eu estou tão nua...tão morta na moldura de um
tempo que se recusa a ser tempo...num poente que se recusa a ser sol...num
amanhecer que o silêncio guardou...nas ilusões que se perderam de mim.
Deixa-me dizer-te que do ponto mais
alto da solidão esperei por ti...nua de mim te esperei como se espera a
vida...naufraguei como se fosse barco...amei como se fosse mar.
(RosaMaria)
http://rosasolidao.blogspot.com.br/2012/03/deixa-me-gritar-em-silencio.html
(RosaMaria)
http://rosasolidao.blogspot.com.br/2012/03/deixa-me-gritar-em-silencio.html
Nossa lindo texto, adorei seu blog. Obrigada por me seguir eu tb te sigo. Linda imagem tb. Mil bjus
ResponderExcluirDe uma profundidade cheia de sentimentos delicados. Um texto que nos toca a alma...
ResponderExcluirO grito mais intenso é aquele que é dado em silêncio e só o ouve quem tem uma sensibilidade aguçada.
Abraços, minha amiga!!!
Minha querida
ResponderExcluirGostei de me ver aqui...obrigada e um beijinho.
RosaMaria