Fala-nos do Amor by Gibran Khalil Gibran


Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhes,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como
o vento devasta o jardim.
Pois , da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele
vos crucifica. E da mesma forma que ele contribui para
vosso crescimento, trabalha para vossa poda.


Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor a vossa nudez.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos tornei maleáveis
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no
pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas,  o amor operará em
vós para que conheçais os segredos de
 vossos corações.


Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a paz
do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor.
Para entrar, num mundo sem estações, onde rireis, mas
não todos os vossos rios, e chorareis, mas não todas as
vossas lágrimas.

Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam
Esses vossos desejos:
“De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho,
que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do 
amor;E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado e 
agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio dia e meditardes sobre o 
êxtase do amor. 
De voltardes para casa a noite com gratidão;
E de adormeceres com uma prece no coração para o bem 
amado, e nos lábios uma canção de bem aventurança.”

 - Gibran Khalil Gibran -


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