A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma
saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber o que fazer com os dias que
ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas
que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as
lágrimas diante de uma música, não saber como vencer
a dor de um silêncio que nada preenche.
Não querer saber se ele está com outra, se ele está feliz,
se ele está mais magro, se ele está mais belo.
Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama,
e ainda assim, doer.
Marta Medeiros
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